Posted by Carla Silva
on September 05, 2022

A saúde visual dos mais novos influencia muito mais do que imagina os resultados escolares. Conheça os sinais a que deve prestar atenção para que este ano letivo seja um sucesso.
Todos os dias, os olhos das crianças e jovens são postos à prova e não é só a olhar para o quadro da sala de aula que isso acontece. Grande parte do processo de aquisição de conhecimentos é feita com recurso à visão. E se a isso juntarmos a importância da acuidade visual para brincar, praticar atividade física e explorar o mundo, facilmente percebemos como todo o desenvolvimento da criança acaba por estar muito dependente da saúde ocular.
Há muitas formas de cuidar dos olhos desde cedo e ajudar a prevenir a perda de visão:
Passar mais tempo no exterior – As atividades no exterior não só estimulam a visão ao longe como permitem que a luz solar ajude na produção de dopamina, importante para controlar o crescimento dos olhos.
Dormir bem – Uma boa noite de sono favorece a saúde ocular, prevenindo o aparecimento de complicações, já que a melatonina parece ser também importante para manter o tamanho do olho saudável.
Menos ecrãs - Limitar o uso de tecnologia digital vai favorecer a saúde em geral e não só da visão, tendo mesmo a Organização Mundial da Saúde estipulado os intervalos de tempo aceitáveis por idade. A regra é: quanto menos melhor.
Dormir sem tecnologia – Desligar os dispositivos eletrónicos pelo menos uma hora antes de dormir e deixá-los fora do quarto são outros fatores que ajudam na prevenção de problemas.
Quando os olhos têm algum problema, a visão é necessariamente mais limitada e a capacidade para aprender também. E é isso que se passa com cerca de 20% das crianças em Portugal, de acordo com dados do relatório “Saúde Infantil e Juvenil”, publicado pela Direcção-Geral da Saúde, em 2018. Uma em cada cinco crianças no nosso país apresenta aquilo a que os médicos chamam erros refrativos significativos, ou seja, problemas como miopia, astigmatismo, hipermetropia ou presbiopia. Estas são também as causas mais frequentes de diminuição da visão, manifestando-se pelo desconforto ocular e dores de cabeça, entre outros sintomas.
Se estes problemas não forem detetados e corrigidos a tempo – nomeadamente através de óculos, lentes de contacto ou cirurgia - podem evoluir para situações bem mais complexas, sempre com redução de visão associada. Prevenção e deteção precoce são, pois, as palavras de ordem no que toca à saúde dos olhos das crianças e jovens.
Outro fator que parece estar também a contribuir para o aumento dos problemas de visão entre os mais novos, nomeadamente a miopia (dificuldade em ver ao longe), é a utilização crescente de ecrãs, quer seja de televisão, tablets ou telemóveis. De acordo com o estudo português Crescendo entre Ecrãs. Usos de Meios Eletrónicos por Crianças (3 a 8 anos), realizado em 2017, 63% das crianças têm um tablet pessoal, 18% possuem um telemóvel para uso pessoal e 38% acedem à Internet. São, pois, muitos ecrãs e várias horas a usar a visão ao perto, com alguns investigadores a associarem o aumento de miopia ao crescente uso de tecnologia digital. A evidência relativa aos efeitos nefastos da luz azul emitida por estes aparelhos é também ampla, falando-se até da síndrome da visão do computador.
Embora não existam dados específicos para Portugal sobre a prevalência de miopia, sabe-se que este problema tem vindo a aumentar globalmente, estimando-se que 49,8% da população mundial venha a ver mal ao longe até 2050, de acordo com dados publicados na revista Ophthalmoloy, em 2016.
De acordo com Tânia Silva, especialista em optometria das Lojas da Visão, há vários sinais a que os pais e educadores devem estar atentos. “Até a criança ir para a escola pode ser difícil detetar algum problema visual, à exceção de situações observáveis, tais como estrabismos”, diz, referindo-se ao desalinhamento dos olhos. “Quando chega à escola, a exigência visual é maior e alguns problemas que não eram notórios até à data começam a despontar”, refere, apontando alguns dos comportamentos que podem indiciar problemas.
Segundo Tânia Silva, “ao detetar estas situações, será recomendado o encaminhamento ao especialista da visão o mais rapidamente possível para tratar ou compensar adequadamente o problema”.
Na maior parte das vezes, a correção de um problema de visão passa simplesmente pela utilização de óculos. E porque os modelos disponíveis são cada vez mais adequados às características de quem os usa com um design atraente, a notícia chega a ser acolhida com entusiasmo pelos mais novos.
Não é raro que sejam diagnosticados problemas de comportamento a crianças que vêm mal, dando origem a uma série de mal-entendidos. A confusão acontece porque estas crianças distraem-se facilmente ao não conseguirem acompanhar as aulas ou atividades da mesma forma que os colegas. É ainda importante ter em conta que os mais pequenos não sabem queixar-se, já que desconhecem como é ver de outra maneira, ou seja, não têm termo de comparação. Por esta razão, os rastreios são recomendados e o Plano Nacional para a Saúde da Visão estipula, entre outras medidas, que os mesmos sejam feitos entre o nascimento e os 2 anos de idade e posteriormente por volta dos 5 anos, antes de entrar para a escola. Ainda assim, é fundamental que se preste sempre atenção ao comportamento dos mais novos, para melhor e mais facilmente detetar e corrigir qualquer alteração da visão.
Fontes: Jornal Público, Artigo sobre saúde visual das crianças, Novembro 2019; Dra. Tânia Silva, Optometrista Lojas da Visão
Todos os dias, os olhos das crianças e jovens são postos à prova e não é só a olhar para o quadro da sala de aula que isso acontece. Grande parte do processo de aquisição de conhecimentos é feita com recurso à visão. E se a isso juntarmos a importância da acuidade visual para brincar, praticar atividade física e explorar o mundo, facilmente percebemos como todo o desenvolvimento da criança acaba por estar muito dependente da saúde ocular.
Prevenir desde cedo
Há muitas formas de cuidar dos olhos desde cedo e ajudar a prevenir a perda de visão:
Passar mais tempo no exterior – As atividades no exterior não só estimulam a visão ao longe como permitem que a luz solar ajude na produção de dopamina, importante para controlar o crescimento dos olhos.
Dormir bem – Uma boa noite de sono favorece a saúde ocular, prevenindo o aparecimento de complicações, já que a melatonina parece ser também importante para manter o tamanho do olho saudável.
Menos ecrãs - Limitar o uso de tecnologia digital vai favorecer a saúde em geral e não só da visão, tendo mesmo a Organização Mundial da Saúde estipulado os intervalos de tempo aceitáveis por idade. A regra é: quanto menos melhor.
Dormir sem tecnologia – Desligar os dispositivos eletrónicos pelo menos uma hora antes de dormir e deixá-los fora do quarto são outros fatores que ajudam na prevenção de problemas.
Quando os olhos têm algum problema, a visão é necessariamente mais limitada e a capacidade para aprender também. E é isso que se passa com cerca de 20% das crianças em Portugal, de acordo com dados do relatório “Saúde Infantil e Juvenil”, publicado pela Direcção-Geral da Saúde, em 2018. Uma em cada cinco crianças no nosso país apresenta aquilo a que os médicos chamam erros refrativos significativos, ou seja, problemas como miopia, astigmatismo, hipermetropia ou presbiopia. Estas são também as causas mais frequentes de diminuição da visão, manifestando-se pelo desconforto ocular e dores de cabeça, entre outros sintomas.
Se estes problemas não forem detetados e corrigidos a tempo – nomeadamente através de óculos, lentes de contacto ou cirurgia - podem evoluir para situações bem mais complexas, sempre com redução de visão associada. Prevenção e deteção precoce são, pois, as palavras de ordem no que toca à saúde dos olhos das crianças e jovens.
Mais ecrãs, mais miopia
Outro fator que parece estar também a contribuir para o aumento dos problemas de visão entre os mais novos, nomeadamente a miopia (dificuldade em ver ao longe), é a utilização crescente de ecrãs, quer seja de televisão, tablets ou telemóveis. De acordo com o estudo português Crescendo entre Ecrãs. Usos de Meios Eletrónicos por Crianças (3 a 8 anos), realizado em 2017, 63% das crianças têm um tablet pessoal, 18% possuem um telemóvel para uso pessoal e 38% acedem à Internet. São, pois, muitos ecrãs e várias horas a usar a visão ao perto, com alguns investigadores a associarem o aumento de miopia ao crescente uso de tecnologia digital. A evidência relativa aos efeitos nefastos da luz azul emitida por estes aparelhos é também ampla, falando-se até da síndrome da visão do computador.
Embora não existam dados específicos para Portugal sobre a prevalência de miopia, sabe-se que este problema tem vindo a aumentar globalmente, estimando-se que 49,8% da população mundial venha a ver mal ao longe até 2050, de acordo com dados publicados na revista Ophthalmoloy, em 2016.
Sinais a que deve estar atento
De acordo com Tânia Silva, especialista em optometria das Lojas da Visão, há vários sinais a que os pais e educadores devem estar atentos. “Até a criança ir para a escola pode ser difícil detetar algum problema visual, à exceção de situações observáveis, tais como estrabismos”, diz, referindo-se ao desalinhamento dos olhos. “Quando chega à escola, a exigência visual é maior e alguns problemas que não eram notórios até à data começam a despontar”, refere, apontando alguns dos comportamentos que podem indiciar problemas.
- Senta-se demasiado perto da televisão;
- Lê ou escreve com a cara em cima do livro ou caderno;
- Perde-se no texto ou salta linhas quando lê;
- Aproxima os objetos da cara;
- Pestaneja, pisca e esfrega muitos os olhos;
- Semicerra os olhos, inclina a cabeça ou fecha um dos olhos para ver melhor;
- Apresenta desvios do olhar ou roda um olho para dentro ou para fora;
- Mostra grande sensibilidade à luz;
- Tem os olhos lacrimejantes com frequência;
- Baixa as notas repentinamente;
- Mostra-se relutante em participar em atividades físicas;
- Não gosta de leituras demoradas.
Segundo Tânia Silva, “ao detetar estas situações, será recomendado o encaminhamento ao especialista da visão o mais rapidamente possível para tratar ou compensar adequadamente o problema”.
Na maior parte das vezes, a correção de um problema de visão passa simplesmente pela utilização de óculos. E porque os modelos disponíveis são cada vez mais adequados às características de quem os usa com um design atraente, a notícia chega a ser acolhida com entusiasmo pelos mais novos.
Atenção aos rastreios
Não é raro que sejam diagnosticados problemas de comportamento a crianças que vêm mal, dando origem a uma série de mal-entendidos. A confusão acontece porque estas crianças distraem-se facilmente ao não conseguirem acompanhar as aulas ou atividades da mesma forma que os colegas. É ainda importante ter em conta que os mais pequenos não sabem queixar-se, já que desconhecem como é ver de outra maneira, ou seja, não têm termo de comparação. Por esta razão, os rastreios são recomendados e o Plano Nacional para a Saúde da Visão estipula, entre outras medidas, que os mesmos sejam feitos entre o nascimento e os 2 anos de idade e posteriormente por volta dos 5 anos, antes de entrar para a escola. Ainda assim, é fundamental que se preste sempre atenção ao comportamento dos mais novos, para melhor e mais facilmente detetar e corrigir qualquer alteração da visão.
Fontes: Jornal Público, Artigo sobre saúde visual das crianças, Novembro 2019; Dra. Tânia Silva, Optometrista Lojas da Visão